O Advento é tempo de alegre expectativa. O tempo do Advento
é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística
cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes,
preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se
enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.
Origem do Advento
Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os
séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do
Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha tinha caráter
ascético com jejum abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma
(quaresma de S. Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se
devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania. Somente
no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do
Advento, recordando a segunda vinda do Senhor. Só após a reforma litúrgica é
que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva
do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas.
Teologia do Advento
O Advento recorda a dimensão histórica da salvação,
evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos insere no caráter
missionário da vinda de Cristo. Jesus que de fato se encarna e se torna
presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao
povo de Israel. Deus que, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna
próximo o Reino (Mc 1,15) . O Advento recorda também o Deus da revelação,
Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a
salvação mas cuja consumação se cumprirá no "dia do Senhor", no final
dos tempos. O caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo
anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação
gloriosa de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos
da missionariedade de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer
levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer que toda a
humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da
manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.
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